quinta-feira, 3 de maio de 2007

Dica de leitura: "Perfume - História de um Assassino"

Na década de 80 o livro “Perfume – História de um Assassino” fez muito sucesso.
Quase o mesmo sucesso que o “Código da Vinci” fez há três anos, já que “Perfume” era o mais comentado e também entrava direto naquelas listas de “livros mais vendidos”.
O livro conta a história de Jean-Baptiste Grenouille, que nasceu com o olfato apuradíssimo. Por conta disso, passa a vida colecionando odores. Com o tempo, porém, desenvolve uma obsessão com o aroma perfeito - algo que o transformará num assassino.

Semana passada o filme “Perfume – A História de um Assassino” foi lançado em dvd no Brasil. O filme chegou inclusive a ser lançado nos cinemas e colecionou boas críticas.
Aproveitei que o filme havia chegado e resolvi ler o livro antes de assistir ao filme. Peguei emprestado com a minha mãe. Ela tem esse livro desde 1986 (na primeira página tem a data em que mamãe comprou o livro, com a própria letra dela) e diferentemente de outros livros que ela tem, esse “Perfume” está muito detonado. A capa está totalmente despregada, presa no lugar de uma maneira bizarra: o livro está encapado. Foi usada uma daquelas capas transparentes compradas em livraria, que hoje, depois de anos, está muito fosca, quase impedindo a visualização da capa original. Por dentro, o livro também não está legal, pois tem muitas páginas prestes a descolar. Minha mãe sempre teve extremo cuidado com seus livros (e ela tem dezenas deles) o que me faz chegar à conclusão que o livro se encontra nesse estado por causa da quantidade de vezes em que ele foi emprestado. Eu lembro que na época sempre tinha algum chato dizendo: “Você me empresta esse livro?”.

Comecei a ler o livro no domingo e digo que estou gostando muito, apesar da minha demora em completar a leitura (nunca gastei mais do que 3 dias para ler um livro). Ultimamente estou lendo algumas páginas e meus olhos estão ficando cansados, começo a ver tudo nublado. Se com 34 anos já estou assim, imagine só quando eu tiver 95? Outra coisa que atrapalha é que só posso ler de madrugada, quando todos já foram dormir. É a única hora em que tenho um pouco de sossego, sem barulho, reclamações e interrupções. Mas é a hora em que já estou com sono.

O livro tem partes interessantes. O tal Jean-Baptiste consegue cheirar qualquer coisa a Km. de distância. Ele é tipo um Wolverine sem as garras e sem o heroísmo. É um sujeito repulsivo, até.
Duas coisas eu quero destacar no livro. Uma delas é que TODAS as pessoas que exploram ou maltratam Jean-Baptiste de alguma forma acabam morrendo, e de uma forma bem trágica. O legal é que Jean-Baptiste não tem absolutamente nada a ver com essas mortes. É como se ele fosse amaldiçoado, ou algo do tipo.
Outro fato interessante é apresentado mais ou menos na metade do livro. Quando Jean-Baptiste tem de fazer uma viagem (e ele viaja andando) ele acaba descobrindo que pode ficar livre de sentir todos aqueles cheiros que o deixavam enojado, o cheiro das pessoas. Ele acaba se isolando no alto de uma montanha em puro estado de êxtase, alegria absoluta, pois não existe nenhum cheiro de gente por ali, por milhas e milhas. Nesta montanha ele vive de comer sapos, cobras, insetos e vegetação rasteira, e bebe de uma pequena bica entre as pedras – ele tem de ficar cerca de 2 horas lambendo água da pedra pra se sentir satisfeito. Ele vive como um ermitão, um animal, completamente isolado e em condições desumanas mas, porém, entretanto, contudo, todavia, completamente feliz, por não poder mias ter de sentir o fedor das pessoas. Ele fica nessa montanha em estado de completa felicidade por 7 anos!

No livro tem suspense, algumas partes moderadamente engraçadas com um toque de humor negro, um protagonista maldito e um festival de odores.
Aí esta a minha dica de leitura, se puder não deixe de ler “Perfume – História de um Assassino”.

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