segunda-feira, 28 de maio de 2007

Perdidos em "Lost"


Qual a fascinação das pessoas pela série “Lost”?
Quero dizer, por que esse fanatismo louco e exacerbado por uma série de TV?
Não me entenda mal, eu também gosto de “Lost”. Vi todos os episódios da primeira e da segunda temporada na Rede Globo. Realmente é uma série cativante. O que não a impede de ter episódios fracos e médios. Lembro de dois seriados (bem superiores) que também viraram febre no mundo, “Twin Peaks” e “Arquivo X”.

Recentemente os roteiristas entregaram que “pegam” idéias dos fãs nos fóruns de discussão sobre a série. Eu acho isso gravíssimo, afinal de contas, isso quer dizer que nem eles próprios sabem o que acontecerá em “Lost”.
Sempre quando um idealizador de um filme, livro ou uma série pra TV começa a escrever, esse idealizador DEVE ter na sua cabeça o desenrolar da trama. Isso é o mínimo que ele deve ter em mente! Acho que “Lost” perde boa parte da credibilidade quando nem mesmo os “donos” da série sabem o que fazer com ela! E além disso, ficam pescando idéias na internet pra suprir a sua falta de criatividade.

Vou colocar aqui alguns pontos que eu acho estranhos na série:

- Charlie é um cara bacana na primeira temporada e um escroto na segunda.

- Locke é esperto e inteligente na primeira temporada. Na segunda temporada TUDO que ele faz dá errado!

- Sayid é um sujeito estranho e sem carisma na primeira temporada. Já na segunda ele se transforma num dos sobreviventes mais fascinantes da ilha.

- Por que todos se tratam com uma imensa falta de educação? De acordo com o tempo passado na série, eles estão naquela situação há 40 e poucos dias. Será que os valores que aprendemos durante toda a vida se perdem tão rápido assim? E olha que a situação não é tão calamitante, já que eles têm água e comida à vontade. Repare como eles se tratam. A educação passou longe!

- Michael é um personagem nervoso, estúpido e grosso na primeira temporada e um assassino frio na segunda. Eu conheço várias pessoas grossas, estúpidas e nervosas, mas garanto que nenhuma delas é assassina.

- Por que a série cisma de colocar nos flashbacks aparições “especiais” de outros personagens? Um exemplo? No flashback que estamos vendo, o Jack é o personagem principal. Em um certo momento atravessa a tela ou então aparece lá no cantinho um outro ilhado.
Por que isso? Isso é para nós pensarmos: “Olha lá, que legal! Você viu quem passou lá atrás? Que massa! ‘Lost’ é bom demais!”.
Mas no fundo isso é só um recurso pra enganar mais uma vez o espectador, já que tal aparição não complementa em nada a estrutura narrativa do episódio. Está lá só por estar!

- Num episódio da segunda temporada, um senhor tem a brilhante idéia (não estou sendo irônico) de colocar umas pedras na areia da praia pra formar as letras S.O.S., para o caso de algum satélite monitorar a ilha. Essa é uma idéia brilhante! Mas ele não consegue a ajuda de ninguém para tarefa, já que ele tem, de acordo com a série, “problemas de liderança”. Ora bolas, se todos estão lá coçando o saco, sem nada a fazer, qual é o problema em realizar a tarefa? Você precisaria de liderança pra fazer esse “complicadíssimo” trabalho?

- Segredinhos demais. Alguém vê uma nuvem ameaçadora. Outro alguém avista um morto andando pela ilha. E, ao invés de alertar os outros ilhados a respeito dos perigos da ilha, eles ficam caladinhos no seu canto, igual nós faríamos (agora sim, eu fui irônico).

“Lost” tem seus méritos, é verdade. Como um amigo meu (Fabrício) disse, é a melhor série que surgiu na TV de uns 3 anos pra cá, e eu concordo com ele. Quando passar a terceira temporada na Globo no ano que vem, com certeza eu não vou perder. Mas eu sou contra esse fanatismo que se acumulou por aí. “Lost” não é a última Coca-Cola gelada do deserto.

Ah, a foto acima é da atriz Evangeline Lilly, uma das ilhadas. E eu não iria reclamar de ficar preso em uma ilha com ela.

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